domingo, 19 de julho de 2009

Günther Anders, mais que um correspondente, um amigo.


Günther Anders e sua esposa, a pensadora alemã Hanna Arendt

É na década de 50 que o percurso de Eatherly passa a ser conhecido mundialmente, e a sua história vem despertar o interesse do filósofo alemão Günther Anders.
Ambos mantem uma correspondências regulares durante vários anos consecutivos, Anders, teve a capacidade de intuir a significação ética e política do caso de Eatherly, vê a sua figura trágica como o símbolo da nova situação moral em que foi colocado após o desenvolvimento tecnológico das armas nucleares.
“A guerra atingiu certo caráter espectral, pois os inimigos já não entram em confronto direto, e a magnitude dos efeitos da nossa ação excede em muito as nossas faculdades psíquicas, em particular, a nossa imaginação. O que realmente podemos fazer, é maior do que podemos imaginar; podemos produzir coisas que ultrapassam a capacidade de reprodução da nossa imaginação”. Trecho de uma de suas cartas.
A doença de Eatherly era uma prova da sua sensibilidade moral, da sua capacidade para manter viva a sua consciência apesar de ter sido uma simples peça da indústria bélica.
Eatherly exprime isto com nitidez em uma das suas cartas: “Tenho a impressão de que na cadeia senti-me sempre mais feliz, o castigo permitia expiar a minha culpa”.

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